quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

AI QUE SAUDADES...


Ai que saudades do tempo
Em que o mundo avançava
E eu, criança feliz, brincava.
Ai que saudades do tempo
Que eu fazia as minhas bonecas de trapos.
Ai que saudades do tempo
Que eu contenplava o Sol
Desde que surgia no horizonte
Até que se escondia atrás dos montes,
Tomando a cor ardente do fogo.
Ai que saudades do cheiro
Das flores, do mato, da terra húmida.
Ai que saudades de tudo que passou,
Não ignorando que cada dia
Eu mais crescia.
Mas mesmo, crescendo dia a dia,
Nunca deixei de ser criança.
Hoje mulher, tenho saudades
De tudo que vivi.
Sei que toda a pessoa que se preza
Tem saudades.
E eu prezo-me de ser Pessoa!...
26-02-2008
Adélia Barros

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

CHEGOU E SOBROU...



CHEGOU E SOBROU.....
Aquele Inverno estava a ser mais rigoroso do que qualquer outro que eu guardava na memória. A tarde chegava ao fim e a noite surgia mais fria que nunca.
A fogueira crepitava na lareira no meio dos potes de três pernas onde a minha Mãe cozinhava a ceia: uma boa sopa e o conduto.
Não tardou que alguém batesse à porta. O Zé Maria foi espreitar.
-É o sr. Alfredo, " O Amolador "!...
-Entre, sente-se e aqueça-se. Não tarda a ceia...
E, à volta da fogueira, a sopa e o conduto chegaram para todos e ainda sobrou...
Benditas sejam a ceia e a fogueira!...
22-02-2008
Adélia Barros

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O AMOR NUNCA SE ESQUECE...

22-02 2008
Adélia Barros
Quem diz que esqueceu um amor, realmente nunca amou.
Um amor nunca se esquece. Pode conseguir-se falar nele sem chorar,mas nunca esquecer.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

OLHEI O MAR...


Olhei o mar.
Estava calmo.
As ondas pareciam carneirinhos
Espreguiçando-se
Na superfície do vasto oceano.
Como eu desejei
Transformar-me numa gaivota.
Voar, voar e pousar
Sobre uma dessas ondas,
Sentir a espuma nos meus pés
Como se fosse um tapete
De lã fofa e macia.
Fiquei ali absorta
Sem dar pelo tempo passar.
Um turbilhão de recordações
Aflorou à minha memória.
Revivi todas com muita emoção,
As boas fizeram-me sorrir;
As menos boas fizeram-me chorar.
Senti-me aliviada
Depois de ter extravasado
As emoções que me enchem
A alma e o coração.
Despedi-me do mar
E prometi voltar
Sempre que possível.

Adélia Barros

2008-02-05