quarta-feira, 17 de setembro de 2008

EMIGREI PARA O MAIS INTIMO DE MIM...





Ao chegar à porta do mais íntimo de mim,

Senti que não poderia retroceder.

Tinha mergulhado num mundo sem volta,

Onde olhares intensos me fixavam,

Onde uma incompreensão e uma ansiedade,

Me pediam que ficasse.

Quis emprestar uma naturalidade ao meu sentir,

Mas em vão, pois todo o meu ser

Se concentrava num turbilhão de recordações

Que, atabalhoadamente,

Afloravam à minha memória.

Quis livrar-me daquele labirinto

Onde, inadvertidamente, me embrenhei,

Mas pressenti que seria tão difícil,

Como fácil foi entrar.

De súbito,

Sentindo que ia explodir em lágrimas,

Corri para a rua

E pus-me a caminhar sem saber por onde...

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2008-09-17

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Adélia Barros