Ao chegar à porta do mais íntimo de mim,
Senti que não poderia retroceder.
Tinha mergulhado num mundo sem volta,
Onde olhares intensos me fixavam,
Onde uma incompreensão e uma ansiedade,
Me pediam que ficasse.
Quis emprestar uma naturalidade ao meu sentir,
Mas em vão, pois todo o meu ser
Se concentrava num turbilhão de recordações
Que, atabalhoadamente,
Afloravam à minha memória.
Quis livrar-me daquele labirinto
Onde, inadvertidamente, me embrenhei,
Mas pressenti que seria tão difícil,
Como fácil foi entrar.
De súbito,
Sentindo que ia explodir em lágrimas,
Corri para a rua
E pus-me a caminhar sem saber por onde...
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2008-09-17
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Adélia Barros
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