segunda-feira, 2 de julho de 2018
LEVANTAR CEDO
Levanto devagarinho
Porque devagar eu vivo
Agora não tenho pressa
Porque já não estás comigo
Devagar abro as janelas
Para olhar o meu jardim
E sinto que as minhas plantas
Se sorriem para mim
A noite misteriosa
Fizera desabrochar
Algumas tão belas flores
Que prontas me vêm saudar
Num vaso lá num cantinho
Surge a cheirosa hortelã
Que me diz toda aprumada
Está uma bela manhã
Mas ao lado está a salsa
Verdinha e perfumada
Que diz acenando as folhas
Espero ser cozinhada
A cidreira ciumenta
Do chá verde seu vizinho
Disputam qual vou colher
P´ra fazer o meu cházinho
Porém escondidos num vaso
Estão coentros verde escuro:
Espero, faças açorda
Cujo sabor eu apuro
Neste misto de perfumes
Há o incenso e a arruda
Qu' afastam o mau olhado
A inveja, Deus m'acuda...
2/ 7/ 2018
Adélia barros
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