terça-feira, 24 de junho de 2008

AMOR ETERNO...

Amei-te tanto tanto, meu amor,
Que cheguei a pensar não ser verdade.
Amei-te como amiga, como amante,
Foi sempre essa a minha realidade.
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Amei-te sempre com amor profundo
E te amo no meio da saudade.
Vou amar-te na eternidade imensa
Amar-te sempre com grande liberdade.
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Amo-te como amante, simplesmente
Num amor sem mistério e sem virtude,
Sempre com um desejo permanente
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De te amar assim a cada instante.
Porque um dia a teu corpo me entreguei
Hei-de morrer de amor forte e ardente.
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2008-06-24
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Adélia Barros

domingo, 22 de junho de 2008

INQUIETAÇÃO


Inquieta, passeio pela rua,
Dobro a esquina e de repente
O céu que estava limpo
Tornou-se escuro num instante.
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A chuva impertinente
Foi caindo e se espalhando
Dando um cheiro agradável
À terra que a pouco a pouco ia molhando.
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Aquele tempo nublado
Enche-me de melancolia.
Nas rua todos caminham apressados
E eu sinto-me tão triste e tão vazia.
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Corro, também fugindo
Daquele vazio assustador.
Entro em casa, coloco música
E escrevo um poema, que transmite dor.
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Outro poema, falando de amor
Tento de novo arquitectar,
Mas não consigo, porque estou inquieta
Falta-me algo para me acalmar.
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2008-06-22
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Ad'elia Barros

OBSESSÃO


Vejo-te no ontem, no hoje e amanhã,
Quando o Sol nasce e se põe no ocidente.
Vejo-te na noite tão longa e sozinha
E nos sonhos que se tornaram meu amante.
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Tornaste-te numa pesada obsessão,
Perseguindo-me assim por todos os lugares.
Vejo-te nos gestos de todas as pessoas
Penso ver teus olhos lindos em seus olhares.
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Vou tentar ultrapassar esta obsessão,
E não ficar deslumbrada com tal visão
Que é apenas realidade virtual.
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Ocupando meu pensamento, imaginando
Que estou no meio dum jardim, contemplando
Imensas flores duma beleza sem igual.
----2008-06-22
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Adélia Barros

EM VÉSPERAS DO S. JOÃO






Na véspera de S. João
Sentada a ver uma fita,
Lembrava os meus velhos tempos
Que eu era moça bonita.
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Recordava com saudade
S. João na minha casa.
Depois de comer sardinhas
Assadas na bela brasa.
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A cantar ao S. João
Iamos todos p'ra eira,
Dançando tão animados
E saltando a fogueira,
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Mas com todo o cuidado
P'ra não queimarmos a rama
Do viçoso manjerico
Que por si já estava em chama.
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Lançavam-se alguns foguetes
Em honra de S. João,
Pedindo saúde e vida
Ao santo, com devoção.
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Em casa havia uma imagem
Deste santo milagreiro
Enfeitada com os cravos
Colhidos naquele canteiro,
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Cuidado por minha Mãe
Com desvelo e carinho
P'ra que os cravos nele colhidos
Enfeitassem o Santinho.
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Já não salto a fogueira
Pelas sardinhas me fico,
Tenho medo de queimar
A rama do manjerico.
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Mas recordo com saudade
Esses tempos de folia
Que cantava e dançava
Plena de tanta alegria.
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2008-06-22
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Adélia Barros

sexta-feira, 20 de junho de 2008

PENSAMENTO DE NERUDA



MORRE LENTAMENTE QUEM NÃO VIAJA, QUEM NÃO LÊ, QUEM NÃO OUVE MÚSICA, QUEM NÃO ENCONTRA GRAÇA EM SI MESMO.
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Como eu concordo plenamente com este pensamento do GRANDE GÉNIO "PABLO NERUDA", quis postá-lo no meu blog.
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2008-06-20
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Adélia Barros

quarta-feira, 18 de junho de 2008

GOSTO DA CHUVA...


Eu gosto de ouvir a chuva.
Gosto daquele som musical
Que produz ao cair
Sobre as folhas das árvores
Do meu quintal.
Gosto do cheiro de terra molhada.
Gosto da cor escura do céu
Num dia de chuva intensa.
Adoro apanhar chuva
De vez em quando.
Se a chuva é fria,
Desperta em mim
A necessidade de um abraço,
Dum carinho, dum colo.
Se estou debaixo dos cobertores,
O prazer é redobrado.
Com a chuva caindo
Não me sinto só.
Sinto-me mais próxima
De quem eu gosto,
Pelo menos em pensamento.
Sinto-me pequena
Diante de tanta grandiosidade
Da Mãe Natureza.
Como eu gosto da chuva!
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2008-06-18
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Adélia Barros

quarta-feira, 11 de junho de 2008

PASSEIO À BEIRA-MAR



Plena dum sentimento de amor
Passeio mui feliz à beira-mar,
Ouvindo aquela música das ondas
Que lembram uma canção de embalar.
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Recordo aqueles momentos tão felizes
Que embalava os meus filhos p'ra dormir,
Olhando os seus rostinhos tão perfeitos,
Cada vez era maior meu sentir.
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E ouvindo o suave marulhar
Das ondas nos rochedos a bater,
Fecho os olhos e deixo-me levar
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Aos tempos que julgava ser feliz,
Porque tão calmo era o meu viver
E porque vivi a vida como quis.
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2008-06-11
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Adélia Barros

segunda-feira, 2 de junho de 2008

SONHAR...DEPOIS DE VIVER...


A vida é para ser vivida,
Mas nem sempre isso acontece.
Passa-se pela vida
Como gato sobre brasas,
Correndo, fugindo,
Com medo que nos queimemos
Nas labaredas,
Acesas com imprevistos
Que mais parecem raios
Emitidos por trovões medonhos
Que surgem do impacto
De opiniões opostas,
De palavras
Que não desejávamos pronunciar.
Mas, mesmo assim,
No meio de tais turbilhões
De palavras e actos,
Temos a impressão que vivemos,
Quando ,na realidade,
Apenas sobrevivemos.
Passámo pela vida,
Que podia ter sido bela,
Mas que afinal
Nós demos cabo dela.
E, só após ter terminado
Esta vida, atribulada, mal vivida,
Nos é concedido o previlégio
De sonhar, sonhar
Como podia ter sido
E não foi.
E então no meio dos sonhos
Vivemos o que não vivemos,
Amamos o que não amámos.
Sentimos o gosto da felicidade
Que, por culpa mútua, não construímos.
Abraçamos quem nunca nos abraçou,
Saboreamos os beijos que não demos,
Viajamos por verdadeiros paraísos,
Rimos daquilo que outrora
Nos fez chorar.
Abençoados sonhos
Que nos fazem felizes
Embora por fugidios momentos!
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2008-06-09
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Adélia Barros