Logo de manhã cedinho
Passava pelo caminho
Montada num jeriquinho
A senhora Professora
Que vinha de muito longe.
Debruçada na janela
Esta menina ladina
Mais parecia a Carochinha.
Mas em vez de questionar
Quem queria casar com ela,
Acenava com a mão
Em jeito de cumprimento.
Os dias foram passando.
Mas um dia, há sempre um dia,
Ela encheu-se de coragem
E na sua voz cantante
Ansiosa perguntou:
Ó Senhora Professora,
Posso ir para a sua escola ?
Eu gostava de aprender
A ler e a fazer contas!
Que idade tem a menina?
Mais parece um passarinho
Que há pouco deixou o ninho.
E já quer voar,voar
Sem medo de tropeçar
Nas pedras do seu caminho?
Eu não sou um passarinho,
Sou uma menina igual
Às que andam na sua Escola.
Se não tiver uma carteira
Para me sentar junto delas
Levo um banquinho de casa
E fico muito quietinha
Junto da senhora Professora.
Este singelo pedido calou fundo
No coração da Senhora
Que resolveu aceder e levar a pequenita.
Fui então só por uns dias
E lá levei um banquinho,
Pois não havia carteira
Onde pudesse sentar-me.
O tempo foi passando ,eu fui ficando
E aprendendo.
E a minha Professora, D. Alda era o seu nome,
Bendisse o dia em que me levou consigo.
26 de Novembro de 2007
Adélia Barros
Em jeito de esclarecimento:
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