NO JARDIM DA VIDA...

Logo pela manhã fui ao jardim

Onde tantas tantas flores contemplei.

Eram tão coloridas, tão formosas

Que caída em êxtase eu fiquei.

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Eram brancas, vermelhas, amarelas,

Cor-de-rosa e mais diversas cores.

Frescura e aroma tão intenso

Não faltavam a estas belas flores.

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Estive a procurar no meio delas

As mais belas, mais raras, perfumadas.

Eram todas tão lindas, tão esbeltas,

Banhadas com lágrimas doiradas.

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Essas gotas de orvalho que povoam

As delicadas pétalas das flores

Vão ser secas pelos fulvos raios

Do Sol que visitará seus amores.

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De manhã, as flores tão luzidias,

À tarde pelo sol murchas serão.

E suas pétalas tristes, desmaiadas,

Pelo solo, sem piedade, rolarão.

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Também são como as flores fluorescentes

As nossas ilusões da juventude,

Ontem, doiradas,belas, perfumadas,

Vividas em toda a plenitude.

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O tempo corre, corre sem cansar,

Em louco desatino galopando.

Como as flores caídas, desmaiadas,

Nossas ilusões perdidas vão ficando.

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2008-05-03

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Adélia Barros

GOSTAVA DE ESTAR CONTIGO NOVAMENTE...

Gostava de poder

Estar contigo novamente...

Aqui, ali, em qualquer sítio

Onde pudesse dizer-te que te amo.

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Queria voltar a olhar

Os teus olhos brilhantes de paixão.

Sentir teus lábios apaixonados.

Percorrer a suavidade da tua pele.

Ouvir o som da tua voz

Falando de amor e de ternura.

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Gostava de poder

De novo estar contigo

Numa praia de águas límpidas,

De areia fina como a tua pele,

Com gaivotas num voar

Calmo e gentil.

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Gostava de estar de novo

Contigo,

Aqui, ali, em qualquer sítio!...

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2008-04-28

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Adélia Barros

RAIO DE LUAR

No meio de lençóis macios
Dormia tranquilalamente!
Um raiozinho de luar
Atravessou a vidraça,
Passou pelo fino cortinado
E veio beijar os meus cabelos.
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Ao contacto da doce carícia,
Acordei...
Na semiobscuridade do meu quarto,
Meus olhos cintilaram
Como diamantes
Habilmente lapidados.
Meus lábios entreabriram-se
Como pétalas de rosa sorrindo.
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Sempre gostara da Lua
E sempre desejara
Segurá-la entre as minhas mãos.
Agora tinha ao meu alcance
Um raiozinho dessa Lua,
Misteriosa, padroeira dos amantes.
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Quis agarrá-lo com as duas mãos,
Puxá-lo devagarinho
Até que a Lua descesse lá do céu
E caísse inteirinha
Sobre a minha cama.
Mas, quanto mais eu puxava,
Mais o raiozinho se escoava
Por entre os meus finos dedos.
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Já era muito tarde...
Talvez meia-noite.
Sentei-me aos pés da cama,
Olhei para o céu.
Meus olhos piscaram,
Ofuscados pela luz rutilante da Lua.
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Adormeci de novo e sonhei...
Sonhei que tinha entre as mãos
A Lua feiticeira,
Tão brilhante que me impedia
De fitá-la.
Mas abraçava-a com tanta força,
Temendo que me escapasse
Por entre os dedos.
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Ao acordar pela manhã,
Nem Lua, nem fio de luar...
Tudo tinha escapado
Por entre os dedos
Como gotas de água
Que eu tentava agarrar
Com avidez.
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2008-04-28
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Adélia Barros

SONHAR ACORDADA...

Tornei a sonhar contigo...

No meio dos teus braços,

que são como um abrigo,

Senti-me protegida, acarinhada.

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Os teus lábios

Pousaram suaves no meu rosto

Como pétalas de rosa.

Senti-me estremecer de emoção.

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Os teus dedos passearam

Leves pelos meus cabelos

Como se dedilhassem

As cordas duma harpa.

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Os teus olhos meigos

Doces como mel,

Fitaram os meus

Com uma ternura incomensurável.

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Sonhei ,sim ,

Com os olhos bem abertos

Fixos no horizonte,

Tentando eternizar

Esses momentos lindos.

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Os meus sonhos acordada

São apelos, são realidades,

São uma sinfonia tão afinada

Que me permite chegar em paz

Ao fim do meu sonho.

---2008-04-27

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Adélia Barros

AS FLORES QUE TE DOU...

As flores não mentem...
Quando te ofereço flores,
São pedaços de mim,
São recados de amor,
São carícias que te faço
E desejos de receber
Outras em troca.
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Olha-as e aceita-as,
São dádivas sentidas,
São tesouros de mim.
Não te perdoo
Se as rejeitares
Ou as deixares pousadas,
Desdenhosamente,
Sobre o banco à entrada da casa.
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Se as aceitares,
Não agradeças...
São flores de variadas cores,
De inebriantes odores
Que colhi no jardim
Da minha Primavera,
Regadas com as lágrimas
Da minha emoção.
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São recordações ternas
Que eu pretendo se eternizem
No teu olhar profundo
Que penetra na minha alma
Quando me fitas
Demoradamente,
E parecem dizer:
Eu te amo...
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Flores não se pisam,
Não se deixam murchar.
Regam-se com amor,
Amor que vem da alma.
Flores não são efémeras,
São eternas
Como eterno é o amor
Dos verdadeiros amantes.
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2008-04-27
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Adélia Barros

DESILUSÃO

Te quis

Com toda a força da minha alma.

Eu fiz planos para nós.

Sonhei tanto

Que deixei marcado

Com lágrimas amargas

Tudo o que te quis conceder.

Acho que amei demais.

Acho que sonhei demais.

Sofri demais

Por te amar tanto

E nunca saber se fui amada.

Dentro do peito

Eu construí a casa dos meus sonhos,

Enfeitei-a com flores,

Flores vivas de todas as cores.

Mas que desilusão!

A casa nunca foi habitada

E as flores

Perderam o vigor...

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2008-04-21

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Adélia Barros

AMOR...E DESAMOR...

Amar como te amei

Ninguém mais ama!

Amei-te tanto, tanto

Que nem sei se valeu a pena.

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Amar desta maneira,

Dar e não saber

Se quem recebe é cego

Ou não quer ver.

Que persiste em não querer

Entender o tamanho desse amor.

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Esse amor imenso

Que acabou por se tornar

Em desamor feito dilema

Que pôs meu coração

Em chaga viva.

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Ninguém mais do que tu

Foi tão amado,

Com tanto amor que foi verdade

E muito tempo

Me roubou a liberdade,

A liberdade de ser eu

Em toda a plenitude.

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2008-04-20

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Adélia barros

UM PRESENTE DO CORAÇÃO

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Completei 72 anos em S. Paulo junto dos meus queridos amigos. Fizeram-me uma festa muito bonita, deram-me muitos presentes.Entre os presentes, recebi esta linda caneta oferecida pelo meu querido Duarte. Fiz-lhe este singelo agradecimento em jeito de poesia:

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Das tuas mãos,

Dessas mãos que fazem pão,

Que acariciam,

Que abraçam,

Que fazem disparar o coração.

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Dessas mãos

Recebi com amor

A caneta que irá perpetuar

Nossa Amizade

Alimentada com o calor

Que sai do teu coração.

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2008-04-16

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Adélia Barros

MEU MAR

Olhei-te, mar.

Hoje não gosto da tua cor,

Não gosto do teu aspeto,

Pareces magoado!

Até as nuvens e o céu

Partilham da tua dor!

Que te aconteceu, meu mar?

Nunca te vi assim

Tão cinzento, tão escuro,

Sem qualquer onda branca

Para amenizar essa tristeza

Que te invade sem contemplações.

Quem te magoou?

Foi o vento?

Ou será apenas mais um dia

Que não entendes o porquê das coisas?

Mas sabes, meu amigo,

Hoje também me sinto assim:

Um mar triste, de alma ferida,

Mar de saudade, de imagens tristes,

Mar de lágrimas mais salgadas

Que os salpicos das tuas ondas

Que sinto molhar-me o rosto.

Mas basta falar contigo,

Mesmo sabendo que não respondes,

Para me sentir aliviada,

Pois sei que estás aí para me ouvir.

Só tu, mar, mesmo revolto e triste

Consegues ouvir os meus lamentos!

E para me mostrares

A tua solidariedade,

Envias-me uns salpicos,

Juntando o teu sal

Ao sal das minhas lágrimas!

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2008-04-11

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Adélia Barros

NOITES DE AMOR

As noites eram serenas

Cheias de tanta emoção,

Nossos corpos deslizavam

Sob lençóis de algodão.

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Éramos parte um do outro,

Rasgos de eterna magia,

Dançando à sombra da lua,

Fomentando fantasia.

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No nosso olhar tão profundo

Embalávamos desejos,

Descobríamos sorrisos,

Voando em quentes beijos.

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Tão longe foram os sonhos

Em viagens de luar,

Pois as noites foram feitas

Para sonhar e...amar.

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2008-04-10

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Adélia Barros

LANÇAMENTO DE DOIS LIVROS DE ADÉLIA BARROS

CONVIDO TODOS OS MEUS AMIGOS E FAMILIARES A ASSISTIREM AO LANÇCMENTO DE DOIS LIVVROS ESCCRITOS POR MIM:

VENDAVAL DE AFECTOS E SONHOS--------POESIA

CONTA AVÓ...CONTA

(POR TERRAS DE MESÃO FRIO)----CRÓNICAS

QUE SE REALIZA NO PRÓXIMO DIA 14 DE JUNHO DE 2008

LOCAL: AUDITÓRIO MUNICIPAL DE MESÃO FRIO (SITO NO LARGO DO PELOURINHO)

DATA: SÁBADO, 14 DE JUNHO 2008

HORA 21H30

......2008-04-09

......ADÉLIA BARROS

TEMPESTADE DE VERÃO...

O céu tingiu-se de negro.

Uma tempestade de Verão

Aproximava-se célere.

As tempestades de Verão

São lindas, fortes e luminosas!

As aves voavam atabalhoadamente

Sem saberem que rumo tomar.

O vento soltou suas asas,

Varrendo impiedosamente

Tudo no seu caminho.

Os relâmpagos iluminavam

O céu cada vez mais escuro.

Ao longe, o mar,

Antes tão azul, tornou-se violeta

E as ondas altearam-se.

Mas, como por milagre,

A tempestade amainou

E o sol começou a espreitar

Por trás das nuvens.

Assomei à varanda

E olhei desolada

O que restou da tempestade:

Árvores caídas,

Casas destelhadas,

Campos alagados.

Mas o que mais me emocionou,

Foi ver caídos no chão

Os lindos cachos de glicínias

Que cobriam uma ramada

No quintal do meu vizinho.

Num curto espaço de tempo,

A bela paisagem

Que eu disfrutava da minha varanda,

Transformou-se numa visão medonha.

Dei comigo a pensar na vida...

Como em segundos,

Num ato impensado,

Podemos transformar

Nossa vida bela e calma

Numa verdadeira tempestade

Tão horrível como esta

Que acabei de presenciar
Através da vidraça da minha varanda.

...

2008-04-08

...

Adélia Barros