terça-feira, 8 de abril de 2008

TEMPESTADE DE VERÃO...



O céu tingiu-se de negro.
Uma tempestade de Verão
Aproximava-se célere.
As tempestades de Verão
São lindas, fortes e luminosas!
As aves voavam atabalhoadamente
Sem saberem que rumo tomar.
O vento soltou suas asas,
Varrendo impiedosamente
Tudo no seu caminho.
Os relâmpagos iluminavam
O céu cada vez mais escuro.
Ao longe, o mar,
Antes tão azul, tornou-se violeta
E as ondas altearam-se.
Mas, como por milagre,
A tempestade amainou
E o sol começou a espreitar
Por trás das nuvens.
Assomei à varanda
E olhei desolada
O que restou da tempestade:
Árvores caídas,
Casas destelhadas,
Campos alagados.
Mas o que mais me emocionou,
Foi ver caídos no chão
Os lindos cachos de glicínias
Que cobriam uma ramada
No quintal do meu vizinho.
Num curto espaço de tempo,
A bela paisagem
Que eu disfrutava da minha varanda,
Transformou-se numa visão medonha.
Dei comigo a pensar na vida...
Como em segundos,
Num ato impensado,
Podemos transformar
Nossa vida bela e calma
Numa verdadeira tempestade
Tão horrível como esta
Que acabei de presenciar
Através da vidraça da minha varanda.
...
2008-04-08
...
Adélia Barros

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