terça-feira, 26 de agosto de 2008

BAÚ DE RECORDAÇÕES...



Devagar fui subindo aqueles degraus
Que me conduziam ao velho sótão
Onde, sob teias de aranha e pó,
Vi o baú de couro há muito órfão.
......
Passaram tantos anos sem vontade
De subir e rever aquele lugar
Onde, escondidos, estavam os meus sonhos
Que lembravam meus tempos de amar.
......
Contemplei, absorta, o meu tesouro,
Hesitei muito, antes de o abrir.
Depois de limpar o pó e as teias,
Sentei e dei comigo a sorrir.
......
Serena e sem pressa fui abrindo
A tampa que rangia enferrujada.
Lá estavam todas as recordações
Duma vida tão longa e mal amada.
......
Então eu relembrei o meu passado
Num misto de amargura e de saudade,
Experimentando tantos sentimentos,
Raiva, dor e até felicidade.
......
2008-08-27
......
Adélia Barros

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