PASSEIOS DE DOMINGO À TARDE

Quando chegava Março e o velho ditado:"Em Março tanto

durmo como faço."-se afirmava, os dias começavam a

ser maiores e as noites mais pequenas.

A Primavera surgia e com ela a temperatura tornava-se

mais amena e as chuvas menos intensas.

Estas condições climatéricas favoreciam o regresso dos

costumados passeios de domingo à tarde que tinham

sido abruptamente interrompidos pelo Inverno passado.

Durante a semana, todas as pessoas andavam ocupadas

com as tarefas agrícolas e por isso não sobrava tempo

para folgar.

Aos domingos, cumpria-se a devoção da Missa,

saboreava-se um almoço melhorado e de tarde

executavam-se os habituais itenerários.

Respirar o ar puro dos pinhais ou dos montes onde abundavam

muitas e variadas plantas silvestres.

Na companhia dos meus pais, lá percorria alegremente

esses caminhos tortuosos, perfumados pelas flores

singelas e coloridas que enchiam os montes.

Tenho na memória muitas dessas flores, mas uma que

guardo com mais intensidade é a flor do rosmaninho.

Porquê?Pela sua configuração altiva,mas ao mesmo

tempo discreta,de cor rosa arroxeada e de perfume

delicioso.

Colhia sempre um raminho dessas flores que enfeitavam

uma jarra que tinha no meu quarto.

E ainda hoje não resisto a fazê-lo quando gozo do

previlégio de passear por esses montes floridos e perfumados.

Esses passeios fizeram durante muitos anos as delícias

das minhas tardes de domingo.

Quem me dera voltar no tempo!...

2 de Outubro de 2007

Adélia Barros