domingo, 15 de julho de 2007

«Recordar olhando o rio »


As tuas águas sempre tão serenas
Onduladas levemente pelo vento
Tranquilam e aquietam a minha alma!
E fazem divagar meu pensamento.

Recordo as manhãs em que acordava
Com o cantar das aves chilreando
Tomando a primeira refeição
Ou então nos beirais sobrevoando.

Nas tardes com o sol a pino
Hora da sesta de todos os mortais
Parecia que até a própria fonte
Não tinha forças para correr mais.

Quando chegava a hora em que o Sol
Se deitava calmamente no seu leito
Beijava de fugida a dona Lua
Que levava sua luz a encher-lhe o peito

E eu, repousando no quarto pequenino
Perfumado de jasmim e rosmaninho
Dormia embalada pelo vento
Que balançava as folhas de mansinho!

Adélia Barros

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