Caminhando na areia molhada
Olhando o mar
Que espraia suas águas
Na praia extensa.
É hora do por-do-sol.
A luz reflectida nas águas
Imprime-lhe matizes
De vermelho e laranja.
É um convite à reflexão.
Continuo o meu percurso
Em círculos confusos,
Perdida na memória dos meus passos
Que o mar bravio
Nao consegue apagar.
Caminho,caminho
Sozinha,abraçada
Aos restos de Alguém,
Na esperança que esta caminhada
Possa trazer algum sentido
À minha vida tão solitária.
A areia começa a ficar fria,
Porque o sol já não a aquece.
Desapareceu no horizonte,
Mergulhando seus raios cor de fogo
Nas águas revoltas do oceano.
A noite chega de mansinho.
Paro por momentos...
Talvez esteja cansada.
Vejo minhas pegadas
Na areia molhada.
Nem a espuma branca
Que as ondas deixam atrás de si
Conseguiu apagá-las.
É que o peso das minhas angústias
Deixaram sulcos profundos
Na areia e na minha alma.
Esta alma que escavo com as mãos
E nada encontro,
Porque há muito que sei
Que ela é um vazio enorme...
........
Adélia Barros
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