sábado, 13 de dezembro de 2008

ANIVERSÁRIO COLECTIVO...





Amizade não se compra
É um presente, um relicário.
Um abraço, meus amigos,
Pelo vosso aniversário.
......
Que a vida vos permita
Esquecer os desenganos
E que possais ser felizes
Ainda por muitos anos.
......
Que possam continuar
Trazendo-nos alegrias,
E que eu possa ir escrevendo
Minhas simples poesias.
......
Neste vosso aniversário
Deixo a todos um beijão.
Muita paz,saúde e amor
São votos do coração.
2008-12-13
Adélia Barros

terça-feira, 11 de novembro de 2008

QUEM ME DERA NASCER DE NOVO...




Lembranças tristes do passado inglório
Que me roubou horas de felicidade
Deixai-me repousar em paz agora,
Respeitai minha indómita vontade.
......
Do passado, que raro fora bom,
Tenho impressa na alma a triste história.
Afastem-se de mim tão más lembranças,
Varram-se de vez da minha memória.
......
Quem me dera poder nascer de novo
Para apagar de todo o mal passado
E auferir apenas só do bem
Que, porventura, algum dia hei gozado.
......
2008-11-11
......
Adélia Barros

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O AMOR É UM RAMO DE FLORES VARIADAS...

O AMOR É UM RAMO DE FLORES VARIADAS
Num jardim com tapetes de verdura
Sobressaiam variadas flores
Que inebriavam todos os passantes
Com seu perfume e tão belas cores.
......
Entrei um dia com o meu amor
Neste paraíso de encantar,
Olhando enternecidos cada flor
Sem ousar em qualquer delas tocar.
......
Com alguma ternura perguntei:
Qual delas escolhias meu amado,
A rosa de pétalas de veludo
Ou o cravo de perfume delicado?
......
Talvez jasmim de aroma tão intenso,
Ou este lírio roxo de paixão,
Ou violeta tão suave e bela
De folhas talhadas em coração?
......
Para que tomaria eu qualquer flor
Se te tenho a ti ó minha amada?
Tu tens cor, alegria e suavidade
E tornas minha vida perfumada!...
......
2008-11-10
......
Adélia Barros

AFINAL NÃO ERA AMOR...



Enquanto acreditava que era amor

Vivia em pleno contentamento,

Escrevia versos lindos que guardava

No mais recôndito do pensamento.

.....

Mas com o tempo a vida me mostrou

Que o que eu acreditava ser amor

Não passava de mera fantasia

Que me iludia sem qualquer pudor.

.....

Com esta fantasia me mentia,

Toldava sem piedade minha mente,

Apagando o amor que eu sentia

.....

Em vez de versos lindos, eu chorava,

Minha alma era triste e não contente

Com tanta dor e mágoas que passava.

...2008-11- 10

.....

Adélia Baarros

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

TERMAS DE S.PEDRO DO SUL





RIO SEM PRESSA
Os plátanos deixam cair suas folhas
Rubras, castanhas e amareladas,
Ressequidas pelos frios d' Outono
E varridas pelo vento, às rajadas.
.....
O rio Vouga que passa tranquilo,
Parecendo estar adormecido,
Acolhe com carinho algumas folhas
Que o vento varreu entontecido.
.....
A bordar as suas margens há chorões
Que estendem seus ramos verdejantes
Até tocarem as águas tranquilas
Como cachos de cabelos pendentes.
.....
Este Vouga que nasce lá na Lapa
Numa fonte de pequeno tamanho
Parece não ter pressa de chegar
Aos braços do imenso oceano.
.....
Ou então tem saudades de deixar
Tão lindas e repousantes paisagens
Que ele contempla durante o seu percurso,
Mirando enternecido as suas margens.
.....
2008-10-22
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Adélia Barros

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

EMIGREI PARA O MAIS INTIMO DE MIM...





Ao chegar à porta do mais íntimo de mim,

Senti que não poderia retroceder.

Tinha mergulhado num mundo sem volta,

Onde olhares intensos me fixavam,

Onde uma incompreensão e uma ansiedade,

Me pediam que ficasse.

Quis emprestar uma naturalidade ao meu sentir,

Mas em vão, pois todo o meu ser

Se concentrava num turbilhão de recordações

Que, atabalhoadamente,

Afloravam à minha memória.

Quis livrar-me daquele labirinto

Onde, inadvertidamente, me embrenhei,

Mas pressenti que seria tão difícil,

Como fácil foi entrar.

De súbito,

Sentindo que ia explodir em lágrimas,

Corri para a rua

E pus-me a caminhar sem saber por onde...

.....

2008-09-17

.....

Adélia Barros

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

SOB A LUZ DO LUAR TU VINHAS...





Sob a luz do luar,
Que entrava pela janela,
Todas as noites
Tu vinhas, sem vestes.
Seduzias-me,
Amavas-me
E, como testemunhas,
O céu, a lua, as estrelas
E a brisa fresca.
Por anos, tive essse cenário
Com aplausos da aragem
E o luar a contemplar os nossos corpos,
Em êxtase completo.
Mas hoje,
Adveio a noite escura.
Com saudades tuas
Fui-te procurar,
Mas não havia céu,
Nem lua,
Nem estrelas.
Tudo se havia perdido.
Apenas havia brisa.
Então dancei
Para te chamar,
Para te esperar.
Mas o milagre não aconteceu.
Tu não vieste,
E no céu,nem estrelas,nem lua,
Nem luar...
......
2008-08-29
......
Adélia Barros

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

PROFUNDA AUSÊNCIA






Deixei morrer em mim o desejo de amar
Desde que os teus olhos, ora doces, ora amargos,
Fugiram dos meus tão sedentos de carinhos,
Fingindo ignorar o peso dos estragos
......
E da mágoa tão profunda que invadia
Minha alma triste,pela tua indiferença.
Mesmo assim uma esperança e uma luz de vida
Me faziam inda sentir tua presença.
......
Continuava a não querer acreditar
Que tua face jamais minha tocaria,
Que teus dedos não mais os meus enlaçariam
E o calor do teu corpo não mais sentiria.
......
Pensando na essência do teu abandono,
Agora tão só na noite longa e triste,
Já não sinto tua face, teus dedos, teu calor
E pergunto qual a razão por que fugiste.
......
2008-08-28
......
Adélia barros

terça-feira, 26 de agosto de 2008

BAÚ DE RECORDAÇÕES...



Devagar fui subindo aqueles degraus
Que me conduziam ao velho sótão
Onde, sob teias de aranha e pó,
Vi o baú de couro há muito órfão.
......
Passaram tantos anos sem vontade
De subir e rever aquele lugar
Onde, escondidos, estavam os meus sonhos
Que lembravam meus tempos de amar.
......
Contemplei, absorta, o meu tesouro,
Hesitei muito, antes de o abrir.
Depois de limpar o pó e as teias,
Sentei e dei comigo a sorrir.
......
Serena e sem pressa fui abrindo
A tampa que rangia enferrujada.
Lá estavam todas as recordações
Duma vida tão longa e mal amada.
......
Então eu relembrei o meu passado
Num misto de amargura e de saudade,
Experimentando tantos sentimentos,
Raiva, dor e até felicidade.
......
2008-08-27
......
Adélia Barros

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

CHEGOU E SOBROU...


Aquele Inverno estava a ser mais rigoroso do que qualquer outro que eu guardava na memória. A tarde chegava ao fim e a noite surgia mais fria que nunca. A fogueira crepitava na lareira no meio dos potes de três pernas onde a minha mãe cozinhava a ceia: uma boa sopa e o conduto. Não tardou que alguém batesse à porta. O Zé Maria foi espreitar: -é o Sr. Alfredo “o amolador”
-Entre, sente-se e aqueça-se. Não tarda a ceia.
E à volta da fogueira a sopa e o conduto chegaram para todos e ainda sobrou…
Benditas sejam a ceia e a fogueira!...

ILUSÕES PERDIDAS SÃO FLORES CAÍDAS...


Eram tantas as flores de cores variadas, tão belas, de aromas e frescura invejáveis.
Procurei no meio delas a mais rara em beleza e harmonia. Todas tinham lágrimas matinais doiradas pelos primeiros raios de Sol. Foi difícil a escolha, porque todas eram belas. A madrugara brindara-as com tanto viço e graça.
Reportei-me à minha juventude, cheia de ilusões belas, aromáticas, doiradas como elas.
Assim como as minhas ilusões foram efémeras, porque o tempo, cruelmente, as foi matando, também a frescura e beleza destas flores serão crestadas, sem compaixão, pelo rubro Sol.
Como as minhas ilusões perdidas, serão as flores caídas!...
.....
2008-08-21
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Adélia Barros

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

É QUANDO...


É quando o dia termina
E a noite surge soturna
Que a varanda desgostosa
Se lamenta taciturna
.....
De não ter por companhia
Aquele que tanto gostava
De mirar enternecido,
Ao longe, o mar que adorava.
.....
É quando o sol se levanta
Ao surgir um novo dia
Que meu quarto sente a falta
Dessa tua companhia.
.....
É quando passam os dias
Cheios de melancolia
Que a palavra solidão
Tira a esperança a um novo dia.
.....
É quando palavras vãs
Surgem como cataratas,
Que cerro os olhos e penso
Como elas são insensatas!
.....
Porquê agora Senhor,
Que ele não está junto de mim,
Esta tristeza me invade
E me lamento assim?
.....
2008-08-20
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Adélia Barros

terça-feira, 19 de agosto de 2008

MAR REVOLTO



Ao longe avisto o revoltoso mar
Que ostenta suas ondas alterosas
Que se desfazem em espuma branca,
Lembrando chuva de pétalas de rosas.
.....
Como eu invejo o mar extravasando
Sua raiva, delírios e furor,
Enquanto eu, cá dentro do meu peito,
Reprimo o coração cheio de amor,
.....
Deste amor que vive de saudade
Que dói e adormece os sentimentos.
E fico a olhar, sem ver, o mar profundo,
Sentindo-me feliz só por momentos.
.....
Meu coração não pára de bater
Cada vez com mais força, qual tambor,
Tentando recordar-me que a saudade
Será sempre a melhor prova de amor.
.....
2008-08-19
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Adélia Barros

segunda-feira, 14 de julho de 2008

ENQUANTO A PROCISSÃO PASSAVA...



Naquele dia de Corpo de Deus,
Piamente assistia à procissão
Pr'a que não se quebrasse o ritual
E assim se cumprisse a tradição.
......
Toda a minha atenção se concentrava
Naquele acto solene a que assistia,
Mal cuidando que havia na varanda
Olhos me fitando e eu não via.
......
Olhos corrompidos pelo amor
Que mais tarde viriam a prender
Meu coração que cria ser só meu.
......
Como pode um olhar com tanto ardor,
Tamanha ligação estabelecer
Tomando um coração que agora é seu?
......
2008-07-14
......
Adélia Barros

domingo, 13 de julho de 2008

AS QUATRO ESTAÇÕES...do AMOR...



Se comparo o nosso amor
A um dia de Verão,
Fica mais belo e quente
Do que a lava dum vulcão.
......
Se o comparo ao Outono
Com o vento a soprar,
Vejo folhas pelo chão
E o amor a desfolhar.
......
Vem depressa o triste Inverno,
Com chuva e vento alado,
Arrefece os corações
E o amor fica gelado.
......
Se o amor é Primavera,
Volta a nascer a esperança,
Mas ora há sol ora chuva,
Está de volta a indiferença.
......
O amor é assim mesmo
Vive as quatro estações,
Ora quente, frio ou morno
Tal e qual os corações.
......
2008-07-13
......
Adélia Barros

ONTEM E HOJE...




Perdidos no meio de rosas perfumadas
Sobre tapetes rubros e aveludados,
Trocámos mil beijos.carícias e afagos
E exaustos de amor ficámos abraçados.
......
Pensei fosse eterno aquele amor tão lindo
Que tantas vezes nos venceu pelo cansaço,
Mas pouco a pouco, sem nos apercebermos,
Se tornou num tédio sem beijo nem abraço.
......
Fugiste? Fugimos? Que importa, se deixaste
Na minha lembrança memórias tão escuras?
A minha saudade da cor de violeta
Faz-me doer, sentindo a falta de ternuras.
......
Hoje só queria deixar de ter saudades.
Acordar de manhã depois de ter sonhado
Que vivemos de novo os momentos de amor
Que enfeitaram nossas vidas no passado.
......
2008-07-13
......
Adélia Barros

sábado, 12 de julho de 2008

BENDITA DOR DE DENTES...



O lume crepitava na lareira
E todos nós sentados em redor
Esperávamos a gostosa ceia
Que minha Mãe fazia com amor.
.....
Consumida por forte dor de dentes
Tapava o rosto com um xaile de lã,
Evitando assim o calor do lume,
Seguindo os conselhos da Mamã.
.....
Sentado a meu lado, condoído,
Estava meu noivo que me confortava.
De vez em quando levantava o xaile
E, furtivamente, um beijo me dava.
......
E minha Mãe, que estava absorta
Na confecção da saborosa ceia,
De nada se apercebia ou então,
Sabiamente, fingia estar alheia.
.....
Como eram gostosos esses beijos
Trocados escondidos ao calor
Da ardente fogueira crepitante
E incitados por um grande amor.
.....
Não sei se era mais forte aquele calor
Que emanava do lume crepitante,
Ou o prazer daqueles beijos trocados
Fruto de amor e dum desejo ardente.
.....
Só sei que não sentia a dor de dentes
Que tinha passado há muito tempo
Que eu fingia que ainda persistia
Pr'a prolongar aquele doce momento.
......
2008-07-12
......
Adélia Barros

quarta-feira, 9 de julho de 2008

DESPEDIDA


Nas tuas mãos tão brancas como neve,
Nos teus olhos com lágrimas de pranto,
Adivinha-se enorme caminhada
Cheia de tantas dúvidas e espanto.
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No teu peito de corça moribunda
Há um coração que palpita aflito,
Há uma vida já quase sem força
Que procura soltar último grito.
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Nos teus lábios trementes e sem cor
Há palavras que são silenciadas,
Porque a força te falta e não permite
Que elas cheguem a ser pronunciadas.
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No caminho povoado de escolhos
Onde, mesmo sem querer, irás passar,
Há mil e muito difíceis obstáculos
Que irás forçosamente ultrapassar.
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2008-07-09
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Adélia Barros

terça-feira, 8 de julho de 2008

ILHA DO SAL








Gostei de te visitar
Cálida ilha do Sal.
Recebes afavelmente
As Gentes de Portugal.
.....
Os nativos tão simpáticos
Dizem com muita afeição
Que o povo de Portugal
É o seu país irmão.
.....
És uma ilha pequena
Onde pouco ou nunca chove,
Mas a tua boa gente
Luta com vontade enorme.
.....
O Turismo em expansão
Vai ser a tua riqueza
E deste modo em breve
Não faltará pão à mesa.
.....
O Funaná e Kizomba
Animam os habitantes
E os turistas que chegam
De tantas terras distantes.
......
2008-07-08
......
Adélia Barros


terça-feira, 24 de junho de 2008

AMOR ETERNO...

Amei-te tanto tanto, meu amor,
Que cheguei a pensar não ser verdade.
Amei-te como amiga, como amante,
Foi sempre essa a minha realidade.
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Amei-te sempre com amor profundo
E te amo no meio da saudade.
Vou amar-te na eternidade imensa
Amar-te sempre com grande liberdade.
----
Amo-te como amante, simplesmente
Num amor sem mistério e sem virtude,
Sempre com um desejo permanente
----
De te amar assim a cada instante.
Porque um dia a teu corpo me entreguei
Hei-de morrer de amor forte e ardente.
----
2008-06-24
----
Adélia Barros

domingo, 22 de junho de 2008

INQUIETAÇÃO


Inquieta, passeio pela rua,
Dobro a esquina e de repente
O céu que estava limpo
Tornou-se escuro num instante.
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A chuva impertinente
Foi caindo e se espalhando
Dando um cheiro agradável
À terra que a pouco a pouco ia molhando.
----
Aquele tempo nublado
Enche-me de melancolia.
Nas rua todos caminham apressados
E eu sinto-me tão triste e tão vazia.
----
Corro, também fugindo
Daquele vazio assustador.
Entro em casa, coloco música
E escrevo um poema, que transmite dor.
----
Outro poema, falando de amor
Tento de novo arquitectar,
Mas não consigo, porque estou inquieta
Falta-me algo para me acalmar.
----
2008-06-22
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Ad'elia Barros

OBSESSÃO


Vejo-te no ontem, no hoje e amanhã,
Quando o Sol nasce e se põe no ocidente.
Vejo-te na noite tão longa e sozinha
E nos sonhos que se tornaram meu amante.
----
Tornaste-te numa pesada obsessão,
Perseguindo-me assim por todos os lugares.
Vejo-te nos gestos de todas as pessoas
Penso ver teus olhos lindos em seus olhares.
----
Vou tentar ultrapassar esta obsessão,
E não ficar deslumbrada com tal visão
Que é apenas realidade virtual.
----
Ocupando meu pensamento, imaginando
Que estou no meio dum jardim, contemplando
Imensas flores duma beleza sem igual.
----2008-06-22
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Adélia Barros

EM VÉSPERAS DO S. JOÃO






Na véspera de S. João
Sentada a ver uma fita,
Lembrava os meus velhos tempos
Que eu era moça bonita.
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Recordava com saudade
S. João na minha casa.
Depois de comer sardinhas
Assadas na bela brasa.
----
A cantar ao S. João
Iamos todos p'ra eira,
Dançando tão animados
E saltando a fogueira,
----
Mas com todo o cuidado
P'ra não queimarmos a rama
Do viçoso manjerico
Que por si já estava em chama.
----
Lançavam-se alguns foguetes
Em honra de S. João,
Pedindo saúde e vida
Ao santo, com devoção.
----
Em casa havia uma imagem
Deste santo milagreiro
Enfeitada com os cravos
Colhidos naquele canteiro,
----
Cuidado por minha Mãe
Com desvelo e carinho
P'ra que os cravos nele colhidos
Enfeitassem o Santinho.
----
Já não salto a fogueira
Pelas sardinhas me fico,
Tenho medo de queimar
A rama do manjerico.
----
Mas recordo com saudade
Esses tempos de folia
Que cantava e dançava
Plena de tanta alegria.
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2008-06-22
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Adélia Barros

sexta-feira, 20 de junho de 2008

PENSAMENTO DE NERUDA



MORRE LENTAMENTE QUEM NÃO VIAJA, QUEM NÃO LÊ, QUEM NÃO OUVE MÚSICA, QUEM NÃO ENCONTRA GRAÇA EM SI MESMO.
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Como eu concordo plenamente com este pensamento do GRANDE GÉNIO "PABLO NERUDA", quis postá-lo no meu blog.
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2008-06-20
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Adélia Barros

quarta-feira, 18 de junho de 2008

GOSTO DA CHUVA...


Eu gosto de ouvir a chuva.
Gosto daquele som musical
Que produz ao cair
Sobre as folhas das árvores
Do meu quintal.
Gosto do cheiro de terra molhada.
Gosto da cor escura do céu
Num dia de chuva intensa.
Adoro apanhar chuva
De vez em quando.
Se a chuva é fria,
Desperta em mim
A necessidade de um abraço,
Dum carinho, dum colo.
Se estou debaixo dos cobertores,
O prazer é redobrado.
Com a chuva caindo
Não me sinto só.
Sinto-me mais próxima
De quem eu gosto,
Pelo menos em pensamento.
Sinto-me pequena
Diante de tanta grandiosidade
Da Mãe Natureza.
Como eu gosto da chuva!
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2008-06-18
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Adélia Barros

quarta-feira, 11 de junho de 2008

PASSEIO À BEIRA-MAR



Plena dum sentimento de amor
Passeio mui feliz à beira-mar,
Ouvindo aquela música das ondas
Que lembram uma canção de embalar.
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Recordo aqueles momentos tão felizes
Que embalava os meus filhos p'ra dormir,
Olhando os seus rostinhos tão perfeitos,
Cada vez era maior meu sentir.
----
E ouvindo o suave marulhar
Das ondas nos rochedos a bater,
Fecho os olhos e deixo-me levar
----
Aos tempos que julgava ser feliz,
Porque tão calmo era o meu viver
E porque vivi a vida como quis.
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2008-06-11
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Adélia Barros

segunda-feira, 2 de junho de 2008

SONHAR...DEPOIS DE VIVER...


A vida é para ser vivida,
Mas nem sempre isso acontece.
Passa-se pela vida
Como gato sobre brasas,
Correndo, fugindo,
Com medo que nos queimemos
Nas labaredas,
Acesas com imprevistos
Que mais parecem raios
Emitidos por trovões medonhos
Que surgem do impacto
De opiniões opostas,
De palavras
Que não desejávamos pronunciar.
Mas, mesmo assim,
No meio de tais turbilhões
De palavras e actos,
Temos a impressão que vivemos,
Quando ,na realidade,
Apenas sobrevivemos.
Passámo pela vida,
Que podia ter sido bela,
Mas que afinal
Nós demos cabo dela.
E, só após ter terminado
Esta vida, atribulada, mal vivida,
Nos é concedido o previlégio
De sonhar, sonhar
Como podia ter sido
E não foi.
E então no meio dos sonhos
Vivemos o que não vivemos,
Amamos o que não amámos.
Sentimos o gosto da felicidade
Que, por culpa mútua, não construímos.
Abraçamos quem nunca nos abraçou,
Saboreamos os beijos que não demos,
Viajamos por verdadeiros paraísos,
Rimos daquilo que outrora
Nos fez chorar.
Abençoados sonhos
Que nos fazem felizes
Embora por fugidios momentos!
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2008-06-09
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Adélia Barros

sexta-feira, 30 de maio de 2008

EU TENTEI...




Amei-te como num sonho lindo!
Não sei por quantos anos
Eu gritei,
Com a voz em carne viva:
Eu te amo...
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Amei-te com loucura!
Discordando, muitas vezes,
Eu calei
Com o meu coração dilacerado,
Procurando achar certo
Os teus erros e manias.
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Eu te amei
Com tanto sentimento
Até ao último momento!
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Eu não sei
Por quanto tempo eu tentei,
Não sei quantas vezes me humilhei,
Mas nunca compreendeste
Que é nobre saber perder...
----
Mesmo assim,
De vez em quando eu me lembro
De quantas noites te pedi
Que não deixasses
Nossa vida assim perdida,
Magoada, sem saída,
Como uma flor que murcha
E a quem,
Nem a chuva quer regar.
----
2008-05-30
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Adélia Barros