domingo, 23 de dezembro de 2007

NUNCA PERDER A FÉ...







Perdi a esperança
Para as coisas simples.
Aquele singelo voo de ave
Que me fazia sonhar;
Aquela flor que desabrochava
No canteiro da minha varanda;
O romper da aurora
Cuja luz inundava o meu quarto;
O pôr-do-sol e o mar
Que pelas tardes calmas
Observava enternecida
Do alto do meu quarto andar;
O sol morno de Setembro,
O sorriso doce,
O olhar penetrante
Dos netos do meu amor;
Aquele frio gostoso
Das noites de Dezembro,
Noites de aniversários
E noites de Natal.
Tudo perdeu seu brilho,
Porque perdi a esperança,
A esperança
De não ter força
Para trilhar o caminho,
Cada vez mais íngreme e curto,
Que subo com medo
De não chegar ao fim,
E de não encontrar
No topo dessa escarpa
Uns olhinhos ternos e brilhantes,
Um sorriso doce como mel,
O retrato fiel do meu menino
Que nasceu um dia e me fez feliz.
Mas eis que Deus não quis
Que essa esperança
Morresse comigo
Quando chegasse ao topo
Da minha caminhada.
E a meio da encosta,
E como prenda de Natal,
Trouxe-me pela mão
Do meu menino, hoje homem e pai,
O renascer da Esperança,
O acreditar
Que nunca é tarde
Para tudo acontecer.
Obrigada Menino Jesus!...
..........
22 de Dezembro de 2007
.........
Adélia Barros

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