Hoje no teu dia, Pai,
Já de cabelos brancos
De tanto viver,
Comecei a relembrar
O tempo que já vai longe.
Como num sonho,
Vi-me no passado
Jovem ou ainda criança,
Vivendo tão feliz
Junto de ti, meu terno
E querido Pai.
Uma saudosa lágrima
Brotou dos meus olhos
E rolando pela face
Caíu no meu coração,
Este coração que bate,
Ora agitado ora mais lento,
Conforme a intensidade da emoção.
Enxuguei a lágrima
De forma suave e carinhosa,
Por saber que foi
Mais uma lembrança
De quem tanto amei.
Pai, tu ensinaste-me
A ser honesta, honrada e trabalhadora.
Mostraste-me o caminho
Para eu seguir
E um dia em paz poder morrer.
Pai, talvez eu não tenha sabido
Retribuir o teu amor, tua ternura,
Como tu merecias.
Quem me dera
Deitar-me de novo no teu colo
Ser feliz e descansar.
Mas tenho de viver só
Com esta saudade
E a tua lembrança,
Mas certa que me esperas
Como quando era criança
Para de novo ser feliz
E nos teus braços me aninhar.
Conforta-me a certeza
Que ninguém saberá amar-me
Como tu sempre soubeste, Pai!...
2008-03-19
Adélia Barros
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