Na varanda do meu quarto,
Sentei e olhei o horizonte.
Lá longe, o mar
Estava mais azul que nunca.
De tanto mergulhar
No oceano dos meus pensamentos,
Experimentei a ilusão
De escutar o marulhar
Das ondas desse mar azul
Que o meu olhar alcançava
Lá ao longe...
Senti-me mergulhar
Na grandeza das suas ondas.
Mas, como num despertar,
Renunciei à poesia dos meus pensamentos
E mergulhei na realidade.
Este marulhar
Que imaginei escutar,
Não era mais que um marulhar
Perfumado de inquietações
Que povoa o meu coração.
Era um turbilhão de mexericos
Que mora numa rua sem saída
Na imensidão da minha praia,
E que são segredos
Bem guardados pelas flores
Dos canteiros da minha varanda.
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2008-03-25
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Adélia Barros
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