Esta noite
Alguém bateu à porta
Do meu pensamento.
Não sei dizer se já dormia
Ou se ainda embalava o sono.
Seria o grande desejo
Que alguém viesse fazer-me companhia
Ou seria um sonho?
Só sei que fui abrir!...
Eras tu, meu Pai!
Estavas lindo, como sempre.
A tua voz era doce,
O teu olhar meigo e profundo,
O teu sorriso aberto.
Os teus braços enlaçaram-me
No mais caloroso abraço.
Os teus beijos ternos
Inundaram as minhas faces
Que passaste a contemplar
Como se tratasse dum tesouro.
Era sempre assim
Quando nos encontrávamos.
Conversámos em silêncio,
Falando de coisas passadas,
Talvez pouco importantes
Vividas por nós dois
E que eu julgava
Que havias esquecido.
Lembrámos a primeira vez
Que me levaste ao colégio
E que ambos chorámos abraçados.
As visitas que me fazias
De vez em quando,
Porque não aguentavas
As saudades da tua menina.
Tantas coisas foram recordadas!
Só lembranças agradáveis
Que me deixaram ainda mais saudosa.
Acordei?
Deixei de sonhar?
Fechei a porta do meu pensamento?
Perguntas sem resposta.
Mas uma afirmação posso fazer:
Esta noite não estive só.
Tive a tua companhia, meu Pai!...
E como foi reconfortante!
2008-03-06
Adélia Barros
Alguém bateu à porta
Do meu pensamento.
Não sei dizer se já dormia
Ou se ainda embalava o sono.
Seria o grande desejo
Que alguém viesse fazer-me companhia
Ou seria um sonho?
Só sei que fui abrir!...
Eras tu, meu Pai!
Estavas lindo, como sempre.
A tua voz era doce,
O teu olhar meigo e profundo,
O teu sorriso aberto.
Os teus braços enlaçaram-me
No mais caloroso abraço.
Os teus beijos ternos
Inundaram as minhas faces
Que passaste a contemplar
Como se tratasse dum tesouro.
Era sempre assim
Quando nos encontrávamos.
Conversámos em silêncio,
Falando de coisas passadas,
Talvez pouco importantes
Vividas por nós dois
E que eu julgava
Que havias esquecido.
Lembrámos a primeira vez
Que me levaste ao colégio
E que ambos chorámos abraçados.
As visitas que me fazias
De vez em quando,
Porque não aguentavas
As saudades da tua menina.
Tantas coisas foram recordadas!
Só lembranças agradáveis
Que me deixaram ainda mais saudosa.
Acordei?
Deixei de sonhar?
Fechei a porta do meu pensamento?
Perguntas sem resposta.
Mas uma afirmação posso fazer:
Esta noite não estive só.
Tive a tua companhia, meu Pai!...
E como foi reconfortante!
2008-03-06
Adélia Barros
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